quarta-feira, dezembro 14, 2011
Cooperativa: Administradores de Tylenol.
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Ontem fui a milésima reunião da cooperativa para discutir os problemas da especialidade cardiologia.
Há 10 anos, era a ergometria que iria quebrar a empresa, agora é o ecocardiograma e daqui a alguns anos, a tomografia. E assim vamos tratando os sintomas e deixando a doença de lado.
Médicos, em geral, pedem exames demais para realizarem uma investigação ampla, sem gastar muito tempo na consulta.
Uma anamnese e exame físico completo duram mais de 30 minutos e esse tempo não está disponível. Atendendo 2 pacientes por hora, o médico só pagará as contas e não terá rendimento.
Sendo assim, atende de 15 em 15 minutos e transfere para os exames o papel da anamnese e exame físico detalhado.
É simples assim.
Tradicionalmente, menos de 10% de qualquer população age de modo desonesto. Esses 10% que pedem exames com outros interesses não são relevantes na macroeconomia da empresa.
As despesas com exames representam 25% dos custos, e nunca serão zeradas.
Consegue-se, no máximo, uma redução de 10-20% combatendo os solicitantes compulsivos de exames.
Isso impactaria em menos de 2 reais de aumento na consulta, quando redistribuído entre todas as despesas.
Mesmo assim, um diretor exaltado revela políticas policialescas como se fossem mágicas. Melhor aprender um pouco de sociologia e a fazer contas...
Para diminuir a “criminalidade”, não adianta aumentar as penalidades e sim, diminuir as desigualdades. Isso é uma verdade universal, que ainda não atingiu esse administrador(?).
Quando se é mal remunerado por seu trabalho, tanto faz se a empresa pagadora é minha ou de um milionário da revista Caras, o que fica é a frustação e, fundamentalmente, a necessidade de fazer mais volume em tempo menor.
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