segunda-feira, abril 26, 2010

Temas livres imperdíveis da SOCESP 2010 (2)


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DETERMINANTES DO VOLUME ATRIAL ESQUERDO EM PACIENTES COM CARDIOMIOPATIA DILATADA NÃO-ISQUÊMICA. ESTUDO COM ECOCARDIOGRAFIA TRIDIMENSIONAL EM TEMPO REAL E DOPPLER TECIDUAL.
FREDERICO JOSE NEVES MANCUSO; CAMPOS O; ALMEIDA, D; MOISES, V; OLIVEIRA, W; MELLO, E; SILVEIRA, J; POYARES, D; DE PAOLA, A; CARVALHO, A

UNIFESP/EPM

Introdução: O volume do átrio esquerdo (VAE) avaliado pela ecocardiografia tem valor prognóstico em pacientes com insuficiência cardíaca, além de estar relacionado com sintomas. O objetivo deste estudo foi avaliar quais fatores são determinantes do aumento do VAE em pacientes com cardiomiopatia dilatada não-isquêmica (CMD) e disfunção sistólica do ventrículo esquerdo (VE).

Métodos: Incluídos 90 pacientes com CMD e fração de ejeção do VE ≤ 0,50, em ritmo sinusal e com tratamento clínico otimizado para insuficiência cardíaca. Pela ecocardiografia tridimensional em tempo real (eco3D) foi medido o VAE máximo e indexado (i) pela superfície corpórea. Com a eco3D, Doppler espectral e tecidual foram analisadas as seguintes variáveis: volumes diastólico e sistólico finais do VE, fração de ejeção do VE, onda E do influxo mitral, onda e´ do anel mitral, relação E/e´, atraso intraventricular ao DT, índice de dissincronia intraventricular ao eco3D e vena contracta da insuficiência mitral (VC). Também foram analisadas a freqüência cardíaca e a pressão arterial sistólica. Estudamos as correlações entre o VAE, e as demais variáveis citadas acima pelo coeficiente de Pearson. Foi utilizado modelo de regressão linear múltipla incluindo o VAEi como variável dependente e as variáveis a ele correlacionadas como variáveis preditivas.

Resultados: Obtivemos os seguintes valores médios: idade: 52±11 anos, classe funcional 2,1±0,5, fração de ejeção do VE: 32±9%, VAEi: 39±16 ml/m² e duração do QRS: 141±3 ms. Na análise univariada, as variáveis que se correlacionaram ao VAEi foram: volumes diastólico (r: 0,38; p<0,01) e sistólico do VE (r: 0,43; p<0,001); fração de ejeção do VE (r: -0,36; p<0,01), relação E/e´ (r: 0,51 ; p<0,01) e VC (r: 0,53; p<0,01). Na análise multivariada apenas a relação E/e´ (p = 0,02) e a VC (p = 0,02) foram preditoras independentes do VAEi.

Conclusão: Em pacientes com CMD e insuficiência cardíaca em tratamento clínico, o VAEi é determinado de forma independente pela pressão diastólica final do VE (relação E/e’) e pelo grau de insuficiência mitral (VC).

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